Temas Transversais


Queremos mais do que números! Mais do que ruínas! Mais do que promessas!
Temos angústias e anseios; temos sede e temos fome por uma outra UFPEL possível. Queremos uma UFPEL catalisadora não apenas de currículos, mas de profundidades; não apenas de pessoas, mas de humanidades. Queremos uma UFPEL que não nos obrigue a escolher entre o silêncio e o barulho, o cinza e a cegueira, o desperdício e o inexistente, o caos e o formalismo; uma UFPEL conectada com as demandas dos movimentos sociais, comprometida com o meio ambiente, com o combate à exploração e às opressões, com cores e vozes de todos os sujeitos que a compõem ou deveriam compô-la.
 parte de uma UFPEL construída com, pela e para a sociedade, de uma UFPEL de todas as vozes, de todas as cores, de todos.

(Discentes, técnicos e docentes do Movimento RECONSTRUÇÃO)


a) Arte e Cultura
Ao invés de cinza e silêncio, queremos cores e vozes!

É assim que se faz:
Incentivo e apoio à promoção de projetos de extensão, pesquisa e ensino que contemplem, especialmente, as manifestações artísticas da cidade e da região.
Programação de cultura tendo como modelo o Unicultura promovido pela UFRGS (Unimúsica, Unicena, Unifilme etc.)

Promoção do intercâmbio cultural e artístico com outras universidades, regiões e países.

Apoio à constituição de círculos de debates culturais, estimulando a participação da comunidade universitária e pelotense, motivando a leitura e a reflexão.

Promoção de atividades artísticas e culturais para divulgar as produções da UFPEL nestas áreas e estimular o público regional a presenciar e apreciar as expressões artísticas e culturais.

Organização e investimento na organização e captação de recursos para projetos artísticos e culturais.

Viabilização de espaços físicos para manifestações artísticas, culturais e para a prática de esportes.

b) Sustentabilidade
Ao invés de lixo e desperdício, queremos natureza e consciência ambiental!

É assim que se faz:

Implementação imediata da coleta seletiva de lixo na UFPEL, com iniciativas educativas diversificadas e massivas, e em acordo com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Tratamento adequado dos resíduos laboratoriais, especialmente no Campus Capão do Leão.

Desenvolvimento de projeto com a Prefeitura Municipal de Pelotas para a criação de ciclovias interligando os campi e prédios da UFPEL.
Disponibilização de bicicletários em todos os campi da UFPEL e melhoramento dos já existentes.

Desenvolvimento e busca de recursos para implantação de projetos de baixo custo (utilização de tecnologias sociais) para utilização da água pluvial (cisternas de captação) e da energia solar (painéis coletores).

Aplicação da quota de aquisição mínima de 30% de alimentos da agricultura familiar da região nos RUs, priorizando as organizações de produção agroecológica e viabilizando a opção de alimentação vegetariana.

Licitação para pontos de comercialização da agricultura familiar e da economia solidária, com ênfase para produtos sustentáveis, nos espaços comerciais dos prédios e campi da UFPEL.

Priorização das compras de materiais reutilizáveis, recicláveis ou de origem reciclada, inclusive para todas as unidades acadêmicas e administrativas que assim o desejarem.

Programa de promoção à adoção de software livre pela comunidade universitária.

c) Movimentos Sociais e Sociedade
Ao invés de muros e repressão, queremos pintar a UFPEL de povo!

É assim que se faz:
Diálogo privilegiado com movimentos sociais da educação, priorizando o atendimento de suas pautas e primando pelo seu irrestrito direito à manifestação e à crítica.

Apoio e referendo dos processos de eleição paritária ou universal para a indicação dos cargos de Direção e Coordenação nas unidades acadêmicas.

Defesa da política de cotas e ações afirmativas, garantindo o amplo debate da comunidade e a realização de plebiscito(s) para definição sobre a implementação dessas políticas.

Criação do Fórum Social da UFPEL, com chamamento à participação dos movimentos feminista, LGBT, negro, de direito à moradia, à terra, à comunicação social, sindicatos de trabalhadores, associações comunitárias, representantes da agricultura familiar, entre outros, a fim de periodicamente sugerirem propostas para o ensino, a pesquisa e a extensão.

Representação dos setores populares no Conselho Diretor e no Conselho Universitário, que atualmente têm representação externa exclusiva do setor público e dos empresários.

Criação do Escritório de Desenvolvimento Regional, para a interlocução com os representantes do setor público da região, estimulando parcerias e projetos integrados.

Criação do Escritório de Relações Internacionais, integrando os órgãos e iniciativas já existentes, e constituindo um plano estratégico de inserção internacional da UFPEL.

d) Comunicação

Ao invés de omissão e censura, queremos informação e liberdade de expressão.

É assim que se faz:
Uso do espaço reservado à UFPEL no Canal Universitário das tevês por assinatura – hoje utilizado apenas pela Católica – através de produção telejornalística, de documentários e de outras produções dos diferentes cursos de Cinema e do Jornalismo.

Adequação da programação da Rádio Federal FM às características de emissora realmente educativa, com programas produzidos localmente, nos cursos da UFPEL relacionados à comunicação social e por outras instituições públicas que atuam na difusão educativa e cultural no Brasil.

Plena integração da área de Comunicação Social com o Curso de Jornalismo da UFPEL, permitindo as realizações de estágios e de projetos conjuntos e o total desenvolvimento científico e tecnológico da área na Universidade.

Modernização do sítio web da Universidade, facilitando o acesso e a busca de informações.

Implementação de um boletim virtual da Universidade, com ampla difusão pelas listas eletrônicas (e-mails).

Qualificação e ampliação do quadro de pessoal na área de Comunicação, para atender à crescente demanda interna.

Elaboração de um Plano de Comunicação para a UFPEL, construído coletivamente, que defina as políticas de comunicação a serem implementadas.

Para ajudar a refletir...
Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos. Mas não há hoje no mundo muro que separe os que têm medo dos que não têm medo. Sob as mesmas nuvens cinzentas vivemos todos nós, do sul e do norte, do ocidente e do oriente… Citarei Eduardo Galeano acerca disso que é o medo global:
“Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho. Quem não têm medo da fome, têm medo da comida. Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.”


E, se calhar, acrescento agora eu, há quem tenha medo que o medo acabe.

(Mia Couto, Murar o medo)



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